Se você já ouviu falar do Comando Vermelho, provavelmente pensa em violência, tráfico e confrontos com a polícia. Mas a história da facção vai muito além das manchetes. Vamos explicar de forma simples como ela surgiu, como funciona hoje e quais são os principais desafios para quem combate o crime organizado.
A origem remonta ao início dos anos 1970, quando presos políticos e criminosos comuns começaram a se organizar dentro dos presídios do Rio de Janeiro. Eles formaram uma rede de apoio para garantir alimento, proteção e, principalmente, controle do comércio de drogas dentro das unidades.
Com o tempo, essa rede saiu dos muros e se espalhou pelas favelas, criando um esquema de tráfico que ainda hoje movimenta bilhões de reais por ano. O nome “Comando Vermelho” surgiu como forma de marcar a identidade da facção e também como uma referência ao sangue derramado nas primeiras lutas de poder.
Na década de 1990, o grupo se consolidou como a primeira grande facção do país, inspirando a criação de outras organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a Família do Norte. Cada uma teve seu estilo, mas todas compartilham a ideia de governar territórios, cobrar imposto de comerciantes e manter um exército de membros prontos para a ação.
Hoje o Comando Vermelho controla parte significativa do tráfico de cocaína, maconha e crack nas áreas da zona norte e sul do Rio. A facção também se envolveu em crimes contra o patrimônio, como assaltos a bancos e sequestros, e tem forte presença em outros estados, graças a alianças com facções regionais.
Para enfrentar esse cenário, as forças de segurança adotam estratégias que vão da repressão policial às ações de inteligência. Operações especiais buscam prender líderes, desmantelar laboratórios de droga e confiscar armas. Ao mesmo tempo, programas sociais tentam cortar o recrutamento oferecendo educação e oportunidades de emprego para jovens em risco.
Um ponto crítico é a falta de integração entre as diferentes forças. Quando a polícia, o Ministério Público e o Judiciário não compartilham informações, a facção consegue se reorganizar rapidamente após cada operação. Por isso, a criação de centros de comando conjugado tem sido uma das respostas mais eficazes nos últimos anos.
Além disso, a tecnologia tem mudado o jogo. O Comando Vermelho usa aplicativos de mensagens criptografadas para coordenar ações e movimentar dinheiro. As autoridades, por sua vez, investem em monitoramento digital, rastreamento de dispositivos e bloqueio de contas suspeitas.
O resultado ainda é incerto. Enquanto alguns bairros veem redução de homicídios, outros ficam mais vulneráveis a retaliações quando o poder da facção é enfraquecido. Isso mostra que a solução não pode ser só policial; é preciso um plano de longo prazo que inclua saúde, educação e inclusão social.
Se você mora em áreas afetadas ou simplesmente quer entender melhor o que está acontecendo, fique atento às notícias locais, participe de iniciativas comunitárias e apoie projetos que ofereçam alternativas ao crime. Cada pequeno esforço ajuda a diminuir o espaço que o Comando Vermelho ocupa na sociedade.
Em resumo, a facção tem raízes históricas, estrutura organizada e ainda representa um grande obstáculo para a segurança pública. Mas com ação coordenada, políticas sociais e vigilância constante, é possível reduzir sua influência e construir um ambiente mais seguro para todos.
Fhillip da Silva Gregório, o 'Professor', figura central do Comando Vermelho, morreu em 1º de junho com um tiro na cabeça. Polícia investiga se foi suicídio ou há envolvimento de uma amante, que relatou o caso e entregou a arma. Ele estava foragido desde 2018 e tinha histórico de crimes graves.