Morte misteriosa de Fhillip da Silva Gregório: líder do Comando Vermelho é encontrado com tiro na cabeça
Numa manhã de junho de 2025, agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro receberam um chamado inesperado: um dos principais chefes do Comando Vermelho, Fhillip da Silva Gregório, conhecido como 'Professor', foi encontrado morto com um disparo fatal na cabeça. O caso, desde o início, colocou a polícia entre a suspeita de suicídio e a possibilidade de um crime envolvendo relações pessoais conturbadas.
Segundo o depoimento de uma mulher, apontada como amante de Professor, o traficante teria apontado a arma para ela durante uma discussão acalorada, pouco antes de atirar contra si mesmo. Ela, uma das poucas pessoas que conseguia transitar no cotidiano do líder criminoso, foi quem entregou o revólver à polícia, horas depois do ocorrido. O depoimento coincide com um cenário de tensão e abuso emocional dentro do esconderijo, instalado no coração do Complexo do Alemão.
O império de um foragido: a trajetória de Professor no tráfico
Professor não era apenas mais um nome entre os procurados. Desde 2018 ele vivia nas sombras, escapando de diversas operações no Complexo do Alemão, uma das favelas mais violentas do Rio. Quem andava por lá sabia bem: ele era responsável por articular a entrada de armas pesadas e remessas de drogas, comandando pessoas e rotas sem nunca ser visto publicamente.
O histórico criminal de Fhillip pesa: em 2012, foi preso por lavagem de dinheiro após investigações que apontaram movimentações financeiras suspeitas em nome de laranjas. Três anos depois, em 2015, caiu novamente – dessa vez com uma carga impressionante de 100 quilos de cocaína, pronta para ser distribuída dentro e fora do Brasil. O que assustava não era só a quantidade, mas a organização: ele mantinha ligações internacionais, com contatos sólidos em Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia. Essas conexões garantiam o fluxo constante de drogas e armamentos para abastecer as quadrilhas cariocas.
Mesmo foragido, relatos internos revelam que ele nunca perdeu o controle sobre os aliados do Comando Vermelho. Além do Rio, ele teria influência sobre operações em cidades de Minas Gerais, principalmente em Juiz de Fora. A troca de mensagens cifradas e ordens passadas por celulares via aplicativos criptografados mantinham a máquina do tráfico girando — quase inacessível para as autoridades.
A polícia agora tenta costurar as peças: a morte foi mesmo um ato desesperado, provocado pela pressão contínua de uma vida cercada por ameaças e traições? Ou envolve outros interesses, talvez até a própria amante, já que disputas, desconfianças e jogos duplos são frequentes nesse universo? Especialistas em segurança alertam que suicídios entre chefes do tráfico são raros, já que a regra do crime costuma punir fraquezas. Por outro lado, a psicologia do isolamento e da paranoia também pesa — principalmente depois de anos se escondendo, sem poder confiar em ninguém.
Enquanto laudos periciais avançam e investigações buscam esclarecer os detalhes, uma coisa é clara: a morte do Professor cria uma nova disputa por poder dentro do Comando Vermelho, deixando um vácuo que pode reacender rivalidades sangrentas no submundo do tráfico carioca.
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