Israel Anuncia a Morte de Hassan Nasrallah, Líder do Hezbollah
O exército israelense anunciou, no sábado, 28 de setembro de 2024, que teria 'eliminado' Hassan Nasrallah, líder do movimento islâmico libanês Hezbollah, em um ataque aéreo na sexta-feira contra um reduto do grupo em Beirute. A confirmação veio através de Nadav Shoshani, porta-voz do exército, que utilizou a rede social X para compartilhar a notícia. A informação foi corroborada por David Avraham, outro porta-voz, ao falar com a AFP.
O Hezbollah, inimigo histórico de Israel, ainda não confirmou oficialmente a morte de Nasrallah, mesmo após 15 horas do bombardeio israelense que teve como alvo o 'quartel-general central' do grupo na periferia sul de Beirute. Uma fonte próxima ao movimento pró-Irã mencionou que a organização havia 'perdido o contato' com Nasrallah na noite de sexta-feira. Em um comunicado militar, também foi informado que Ali Karake, identificado como comandante da frente sul do Hezbollah, foi morto nos bombardeios, junto com um número não especificado de outros comandantes.
A Importância de Nasrallah no Hezbollah e na Região
Nassrallah estava à frente do Hezbollah como secretário-geral há mais de três décadas, transformando o grupo em uma força militar e política de grande relevância na região. Sua liderança consolidou o Hezbollah não apenas no Líbano, mas também como um ator influente em todo o Oriente Médio. A trajetória de Nasrallah à frente do Hezbollah está marcada por uma série de conflitos com Israel e uma contínua ascensão política interna e externa.
Consequências dos Ataques Intensificados
Desde a semana anterior, Israel havia intensificado suas operações no Líbano. Começou com uma ação que destruiu pagers de comunicação e rádios do Hezbollah, seguida por uma série de bombardeios direcionados a líderes e instalações do grupo. Em poucos dias de ataques, mais de 500 pessoas morreram, segundo fontes locais.
Em um discurso na Assembleia Geral da ONU, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, utilizou uma narrativa bíblica para avisar que a região poderia enfrentar 'uma bênção' ou 'uma maldição', referindo-se à possibilidade de um conflito mais amplo. A morte de Nasrallah segue uma série de ataques israelenses que incluem a eliminação de figuras chave do Hezbollah, como o comandante militar General Fuad Shukr em julho passado, enfraquecendo significativamente as capacidades militares do grupo.
Reações Internacionais e Possíveis Desdobramentos
Os Estados Unidos, França e outros aliados ocidentais propuseram um cessar-fogo de 21 dias. No entanto, Netanyahu não mencionou essa proposta em seu discurso na ONU, preferindo enfatizar a determinação de Israel em lutar contra seus inimigos. O ataque a Beirute, que ocorreu pouco depois do pronunciamento de Netanyahu, evidencia o escalonamento das tensões e as divisões políticas que dificultam um possível trégua na região.
A capacidade do Hezbollah de se regenerar internamente, impulsionada pelo forte apoio do Irã, gera especulações entre analistas sobre os próximos movimentos do grupo. Alguns apontam para um possível aumento das hostilidades entre Israel e Hezbollah, enquanto outros acreditam que a organização pode adotar uma postura mais defensiva temporariamente, enquanto reagrupa suas forças e redefine suas estratégias.
Prospectos para o Futuro Imediato
A morte de Nasrallah marca um momento crucial para a dinâmica regional no Oriente Médio. O Hezbollah enfrentará desafios significativos em manter sua coesão interna e continuar sua luta contra Israel sem seu líder de longa data. Embora a organização tenha mecanismos internos fortes e um apoio considerável do Irã, a ausência de Nasrallah pode abrir espaço para disputas internas e pressão externa. O futuro do Líbano e da estabilidade regional está, mais do que nunca, envolto em incertezas.
À medida que o mundo aguarda uma resposta oficial do Hezbollah, a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos de ambos os lados do conflito. O impacto imediato nas relações Israel-Líbano e as possíveis repercussões nas alianças regionais são questões que se desenvolverão nas próximas semanas e meses, com potencial para alterar a paisagem geopolítica da região de maneira significativa.
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