Quando Paulo Soares, locutor esportivo da ESPN Brasil faleceu nesta segunda‑feira, 29 de setembro de 2025, o Brasil inteiro sentiu a perda de um dos apresentadores mais queridos da televisão esportiva.
O falecimento ocorreu no Hospital Sírio‑Libanês, localizado em São Paulo, aos 63 anos, após cinco meses de internação por falência múltipla dos órgãos. O médico ainda não divulgou detalhes médicos completos, mas revelou que a condição era consequência de um histórico de problemas de saúde, incluindo uma grave doença na coluna vertebral.
Contexto histórico: a trajetória de um “amigão” da TV
Paulo Soares, apelidado carinhosamente de "Amigão da Galera", começou sua carreira nos bastidores da rádio antes de migrar para a TV em 1998. Dois anos depois, ingressou na ESPN Brasil, então ainda uma novidade no mercado nacional, e rapidamente se destacou pelo jeito descontraído e por entender a linguagem do torcedor.
A parceria que definiu sua fama começou em 2004, quando passou a apresentar ao lado de Antero Greco o SportsCenter. Durante duas décadas, a dupla fecheu a bancada com humor peculiar, improvisação e uma química que virou marca registrada da emissora.
Os últimos meses de Paulo Soares
Em maio de 2024, o parceiro de longa data, Antero Greco, faleceu aos 69 anos após uma batalha contra um tumor cerebral. A perda abalou profundamente Paulo, que já lidava com dores crônicas na coluna desde 2019. Segundo entrevistados próximos, ele entrou em depressão breve, mas encontrou forças para honrar o amigo em um programa especial ao vivo em agosto de 2025.
Durante a homenagem, Paulo emocionou ao dizer: "Vamos dar risada, gente. A Glaucia abriu o programa chorando. Como eu posso falar alguma coisa agora?" A frase foi transmitida ao vivo e rapidamente circulou nas redes, mostrando que o humor ainda era seu refúgio.
Após a gravação, a saúde do locutor deteriorou ainda mais. Foi internado no Hospital Sírio‑Libanês em abril de 2025, onde passou por tratamento intensivo, mas acabou sucumbindo à falência múltipla dos órgãos em 29 de setembro.
Reações e homenagens
O falecimento gerou uma onda de mensagens de apoio e lembrança entre colegas da imprensa esportiva. No programa Posse de Bola, transmitido pelo UOL Esporte, José Trajano, Juca Kfouri, Mauro Cezar Pereira, Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi lembraram as histórias mais engraçadas vividas ao lado do "Amigão".
O presidente da ESPN Brasil, Matheus Varela, divulgou um comunicado oficial agradecendo a Paulo por “escrever capítulos inesquecíveis da história do jornalismo esportivo brasileiro”.

Impacto no jornalismo esportivo
A saída de Paulo Soares deixa um vazio difícil de preencher. Analistas apontam que seu estilo humanizado, que misturava informação técnica com piadas do cotidiano, ajudou a democratizar o acesso ao esporte nas mídias brasileiras.
Especialista em mídia esportiva, a professora de Comunicação da USP Clara Machado, comenta: "Paulo foi pioneiro ao trazer a voz do torcedor para o estúdio. Ele quebrou a barreira entre o comentarista e o fã, criando um espaço de proximidade que ainda influencia novas gerações de apresentadores".
Legado e futuro da ESPN Brasil
Com a perda de duas figuras centrais em menos de um ano – Antero Greco em 2024 e Paulo Soares em 2025 – a ESPN Brasil está reavaliando sua grade de programação. A emissora prometeu manter o espírito "Amigão da Galera" através de novos talentos, mas a nostalgia dos fãs ainda é palpável.
Em homenagem a Paulo, a rede lançou um podcast semanal chamado "Saudações do Amigão", onde ex‑colegas relembram momentos marcantes e discutem a evolução do jornalismo esportivo. O programa tem conquistado milhares de ouvintes, provando que a influência do jornalista persiste mesmo após sua partida.
Como a família está lidando
Paulo deixa esposa, Marina Soares, e dois filhos adolescentes. O casal mantém a privacidade, mas Marina agradeceu publicamente: "Ele foi um marido, pai e amigo incrível. Seu sorriso continuará presente em cada lembrança que guardamos".
- Data da morte: 29/09/2025
- Idade: 63 anos
- Local: Hospital Sírio‑Libanês, São Paulo (SP)
- Causa: Falência múltipla dos órgãos, complicada por doença na coluna
- Carreira: Mais de 20 anos na ESPN Brasil, destaque no SportsCenter

Perguntas Frequentes
Como a morte de Paulo Soares afeta os fãs de esportes?
A perda deixa um vazio emocional, já que Paulo era conhecido por aproximar a imprensa dos torcedores. Muitos canais de TV já anunciaram mudanças na programação, e fãs migraram para o podcast "Saudações do Amigão" para manter viva a memória do apresentador.
Qual foi a importância da parceria entre Paulo Soares e Antero Greco?
A dupla revolucionou o SportsCenter ao combinar análise tática com humor popular, criando uma identidade única que durou 20 anos. Essa química elevou a audiência da ESPN Brasil, tornando‑a referência no jornalismo esportivo nacional.
Quais medidas a ESPN Brasil está tomando para substituir Paulo Soares?
A emissora está investindo em novos talentos e lançou o podcast "Saudações do Amigão". Além disso, está reformulando o horário do SportsCenter para incluir quadros interativos que buscam manter o tom próximo ao público que Paulo cultivou.
Qual foi a reação da família de Paulo Soares?
A esposa, Marina Soares, pediu respeito à privacidade, mas agradeceu publicamente o apoio dos fãs. Os filhos, ainda adolescentes, foram orientados a manter a memória do pai viva através de iniciativas como o podcast.
Quais foram os últimos projetos de Paulo Soares antes de falecer?
Além da homenagem a Antero Greco, Paulo estava envolvido na produção de uma série documental sobre história do futebol brasileiro, prevista para estrear em 2026. O projeto foi cancelado após seu falecimento, mas a ESPN manteve a ideia em pauta.
É difícil encontrar palavras que realmente capturem o que Paulo Soares representava para a gente que acompanha o esporte todos os dias. Ele chegou com aquele jeito descontraído, mas sempre mantendo a credibilidade que a gente espera de um bom comunicador. Cada edição do SportsCenter tinha um toque de humor que ajudava a gente a entender estratégias complicadas sem se sentir perdido. Ele sabia ouvir o torcedor, transformar a paixão em informação clara e ainda arrancar risadas. Quando falava de um lance, a narrativa era tão fluida que parecia estar ao nosso lado no estádio. Seu comprometimento com a verdade nunca vacilou, mesmo nos momentos mais emocionais. Lembro das horas de madrugada preparando matérias, ele sempre incentivava a equipe a buscar mais fontes e a ser rigoroso. Além disso, Paulo nunca se esqueceu de quem o acompanhava nas redes, respondendo a mensagens e tirando dúvidas. A parceria com o Antero Greco criou uma química que virou referência para toda a nova geração de apresentadores. Ele abriu portas para que voces, que não tinham formação jornalística, pudessem sonhar com a televisão. Mesmo enfrentando problemas de saúde, manteve a postura de profissional que nem se abalava. Seu comentário sobre a Glaucia ainda ecoa nos corredores da ESPN como exemplo de resiliência. Mas o que eu mais admiro foi a forma como ele tratava cada colega com respeito, nunca deixando o ego dominar. Ele ensinou que humor e seriedade podem andar juntos sem perder a essência. Hoje, ao lembrarmos dele, vemos que deixa um legado de empatia e dedicação que jamais será esquecido. Então, seguimos em frente, honrando seu nome, porque ele sempre nos mostrou que o esporte é muito mais que jogo, é ponte entre gente.