Anvisa lança fluxo eletrônico da DSI e encerra papel em outubro

Anvisa lança fluxo eletrônico da DSI e encerra papel em outubro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que, a partir de 13 de outubro de 2025, a Declaração Simplificada de Importação (DSI) passará a ser totalmente eletrônica, integrando‑se ao Portal Único de Comércio Exterior (Pucomex). A mudança, que elimina as etapas em papel, promete acelerar o controle sanitário e dar mais transparência ao processo de importação no Brasil. Até o dia 12 de outubro, a Anvisa continuará atendendo às DSI físicas, mas a partir do dia seguinte a anuência será feita apenas via o modelo LPCO "DSI – Anvisa" disponibilizado na plataforma digital.

Contexto da Declaração Simplificada de Importação

Desde 2010, a DSI tem sido a via preferencial para importadores que desejam simplificar o desembaraço aduaneiro. Em 2023, cerca de 1,8 milhão de registros de DSI foram feitos, representando 12% do total de importações brasileiras, segundo dados da Receita Federal. Contudo, o processo ainda dependia de documentos físicos, o que gerava atrasos e dificultava o monitoramento sanitário.

Novos fluxos eletrônicos e integração ao Pucomex

Com o novo fluxo, o importador, seja pessoa física ou jurídica, preenche a DSI diretamente no Pucomex, anexa os documentos com certificado digital e aguarda a anuência automática da Anvisa. O sistema aplica, de forma automática, as regras da Ministério da Saúde e da própria Anvisa, cruzando informações como a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), país de origem e fundamento legal.

"O objetivo é reduzir o tempo de resposta de dias para horas, sem perder a rigidez necessária ao controle sanitário", afirma um representante da Anvisa durante a coletiva de imprensa de 30 de setembro de 2025.

Detalhes operacionais da anuência e requisitos (LPCO)

O LPCO, sigla para Licenças, Permissões, Certificados e Outros documentos, será exigido conforme a natureza do produto importado. Por exemplo, medicamentos sujeitos à RDC 81/2008 ainda precisarão da certificação sanitária, mas a solicitação agora será feita eletronicamente.

Os requisitos incluem:

  • Certificado digital válido (ICP‑Brasil ou e‑CPF).
  • Preenchimento correto da NCM.
  • Indicação clara do país de origem e do país de aquisição.
  • Fundamentação legal específica para cada categoria de produto.

O modelo "DSI – Anvisa" já está disponível para testes a partir de 1º de setembro de 2025, permitindo que importadores se familiarizem com a interface.

Reação do setor e expectativas dos usuários

Reação do setor e expectativas dos usuários

Exportadores e importadores receberam a mudança com otimismo cauteloso. A Associação Brasileira das Empresas de Comércio Exterior (Abece) divulgou que 67% de seus associados consideram a digitalização "um passo essencial para a competitividade internacional".

Por outro lado, pequenas empresas alertam para a necessidade de apoio técnico, já que o uso de certificado digital ainda é um ponto de atrito. "Precisamos de treinamento gratuito para que negócios de menor porte possam se adaptar sem custo extra", reclama um lojista de cosméticos de São Paulo.

Impactos esperados e próximos passos

Os dados coletados nas primeiras semanas de funcionamento serão analisados para avaliar a eficácia da RDC 896/2024, que disciplina as importações de produtos de risco. A Anvisa planeja publicar um relatório preliminar até o final de 2025, apontando ajustes necessários.

Além do webinar programado para webinar online em 6 de outubro, a agência abrirá canal de suporte via chat no Pucomex, operando de segunda a sexta das 9h às 17h.

Especialistas comentam

O professor José Eduardo de Azevedo, da Universidade de Brasília, destaca que a iniciativa "alinha o Brasil às melhores práticas internacionais, como o Automated Import System da UE". Ele ressalta que a integração de bases de dados pode ainda enfrentar desafios de interoperabilidade, mas acredita que "o ganho de eficiência compensa".

Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como a mudança afeta importadores de pequeno porte?

Os pequenos importadores precisarão adquirir um certificado digital para acessar o novo fluxo. A Anvisa disponibilizará tutoriais gratuitos e um canal de suporte dedicado para tirar dúvidas durante a fase de adaptação.

Quais produtos continuam sujeitos à RDC 81/2008?

Medicamentos, alimentos para fins especiais, produtos de higiene pessoal e alguns dispositivos médicos ainda obedecem à RDC 81/2008. A diferença está que a solicitação da documentação agora será feita eletronicamente, sem necessidade de envio físico.

Quando o sistema antigo deixará de funcionar?

A partir de 13 de outubro de 2025 a Anvisa não aceitará mais anuência em DSI física. Até 12 de outubro, o processo tradicional ainda estará disponível para quem precise de transição.

Qual o objetivo da coleta de informações sobre a RDC 896/2024?

A Anvisa usará os dados do novo fluxo para avaliar os impactos da RDC 896/2024, identificar gargalos e propor ajustes regulatórios que tornem a importação de produtos de risco mais ágil e segura.

Como participar do webinar de orientação?

A inscrição é automática. Basta acessar o link divulgado no site da Anvisa no dia 6 de outubro de 2025, às 10h, e participar pelo navegador sem necessidade de cadastro prévio.

Renato Calcagno
Renato Calcagno

Sou um jornalista especializado em notícias diárias, sempre buscando as histórias mais recentes e interessantes sobre o Brasil. Gosto de escrever sobre os eventos que impactam o dia a dia dos brasileiros. Minha paixão é informar e manter o público atualizado.

13 Comentários

  1. Davi Silva

    Para quem está começando a usar certificação digital, a primeira coisa é garantir que o certificado esteja válido e compatível com o ICP‑Brasil ou e‑CPF. Depois, basta acessar o Pucomex, preencher a DSI e anexar os documentos exigidos. O sistema já faz a validação automática das NCMs e dos requisitos da RDC‑81/2008, o que corta bastante tempo de espera. Se houver algum erro na declaração, ele aparece em tempo real, permitindo correções imediatas antes de submeter a anuência. Também vale a pena aproveitar os tutoriais gratuitos que a Anvisa está disponibilizando no portal; eles dão uma boa visão geral e evitam dores de cabeça nas primeiras submissões.
    Boa sorte a todos que vão migrar para o novo fluxo!

  2. Leonardo Teixeira

    Finalmente, papéis batidos! 🙃

  3. Marcelo Paulo Noguchi

    Prezados operadores do comércio exterior, cumpre salientar que a transição para o fluxo eletrônico da DSI representa um marco regulatório significativo, alinhado às diretrizes internacionais de automação de processos aduaneiros. A integração ao Pucomex permite a aplicação automática de regras tarifárias, bem como a verificação de conformidade sanitária em tempo real. Recomenda‑se a adoção de boas práticas de compliance digital, incluindo a manutenção de certificados digitais ativos e a revisão criteriosa das NCMs declaradas. O uso do modelo LPCO "DSI – Anvisa" assegura que as licenças, permissões, certificados e outros documentos sejam vinculados de forma estruturada ao registro de importação. Essa abordagem metodológica reduz a incidência de não‑conformidades e otimiza a cadeia logística. Em síntese, a digitalização propicia maior eficiência operacional, transparência de dados e suporte à competitividade internacional das empresas brasileiras.

  4. Leilane Tiburcio

    Se precisar de alguma orientação prática, conte comigo. O que costuma dar mais trabalho na fase de teste é a geração do e‑CPF, mas o suporte da Anvisa responde rápido por chat. Não hesite em abrir um chamado assim que encontrar alguma mensagem de erro; o time costuma esclarecer tudo em poucas horas.

  5. Maysa Horita

    Eu acho que a mudança vai beneficiar todo mundo, mas é importante lembrar que as PMEs ainda têm uns obstáculos, como o custo do certificado digital. Se a Anvisa conseguir oferecer um desconto ou um programa de apoio, seria ótimo para o setor.

  6. Thaty Dantas

    Sem dúvidas, a digitalização simplifica processos e reduz tempo de resposta.

  7. Jessica Bonetti

    É curioso como o governo insiste em acelerar tudo sem mostrar quem realmente controla os dados por trás desses sistemas. Sempre tem aquele ponto cego onde a informação pode ser usada para fins diferentes dos anunciados.

  8. Maira Pereira

    Orgulho de ver o Brasil dando um passo à frente na modernização dos processos de importação! Essa iniciativa coloca nossa indústria no mesmo patamar das grandes potências e garante que nossos produtos cheguem mais rápido ao mercado, fortalecendo a economia nacional.

  9. Joseph Tiu

    Concordo plenamente, Maira!; a digitalização traz eficiência,; mas também precisamos garantir que todas as empresas, grandes e pequenas, tenham acesso igualitário à tecnologia;; o suporte técnico da Anvisa será crucial nesse período de adaptação.;

  10. Lauro Spitz

    Ah, então agora todo mundo vai ficar ‘feliz’ com a nova plataforma? 🎭 Vai ser só mais um papelzinho digital pra gente ficar de cabeça quente! Mas, quem sabe, talvez dê pra simplificar mesmo…

  11. Eder Narcizo

    Olha, Lauro, não tem drama aqui, mas a esperança de que tudo funcione sem falhas me faz quase chorar de emoção! 😭 Se o sistema falhar, imagina o caos: importadores presos, empresas sem estoque… É um cenário digno de filme épico! Vamos torcer pra que os testes sejam impecáveis e pra que o suporte seja rápido, porque a gente não aguenta mais esses atrasos antigos. Que a Anvisa brilhe nessa nova era digital!

  12. Leonard Maciel

    A migração para o ambiente totalmente eletrônico da DSI traz uma série de benefícios operacionais que merecem destaque detalhado. Primeiro, a eliminação do papel reduz custos logísticos e minimiza o risco de extravio de documentos críticos. Segundo, a integração ao Pucomex permite a validação automática de NCMs, facilitando a classificação tarifária correta e evitando penalidades por erros. Terceiro, o uso de certificado digital assegura a autenticidade das informações submetidas, aumentando a confiança nas transações comerciais. Quarto, o tempo de resposta da Anvisa passa de dias para horas, o que acelera a liberação de mercadorias e melhora a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional. Quinto, a sistematização dos dados facilita a geração de relatórios analíticos que ajudam na tomada de decisão estratégica tanto para o setor público quanto privado. Sexto, a transparência oferecida pelo portal permite que importadores acompanhem o status de suas declarações em tempo real, reduzindo a necessidade de contato telefônico ou presencial. Sétimo, a padronização dos processos simplifica o treinamento de novos colaboradores, visto que o fluxo digital segue um roteiro bem definido. Oitavo, a interoperabilidade com outras bases de dados governamentais possibilita cruzamentos de informações que reforçam o controle sanitário e aduaneiro. Nono, a coleta de dados de importação para a avaliação da RDC 896/2024 fornecerá subsídios valiosos para ajustes regulatórios, tornando o ambiente regulatório mais dinâmico. Décimo, o canal de suporte via chat, operando em horário comercial, oferece assistência imediata para dúvidas técnicas, reduzindo a curva de aprendizado. Décimo‑primeiro, a disponibilidade de webinars e tutoriais gratuitos democratiza o acesso ao conhecimento, especialmente para pequenas e médias empresas. Décimo‑segundo, a digitalização contribui para a diminuição da pegada ecológica ao reduzir o consumo de papel e energia associada ao transporte físico de documentos. Décimo‑terceiro, a atualização automática das normas e requisitos dentro da plataforma garante que os usuários sempre trabalhem com a legislação vigente. Décimo‑quarto, o registro histórico eletrônico permite auditorias mais eficientes, já que todas as alterações ficam rastreadas no sistema. Por fim, a consolidação desses fatores cria um ecossistema de comércio exterior mais ágil, seguro e alinhado às melhores práticas internacionais, impulsionando o crescimento econômico do país.

  13. Vivi Nascimento

    Excelente resumo, Leonard!; realmente, cada ponto abordado demonstra como a digitalização pode transformar o comércio exterior brasileiro;; vale reforçar a importância de acompanhar os webinars para tirar dúvidas específicas; e, se precisar de ajuda adicional, o canal de chat está à disposição;.

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